CMMF - A Comissão de Melhoramentos de Monte FrioA Comissão de Melhoramentos de Monte Frio foi fundada em 12 de Agosto de 1947 e deve a sua existência ao amor à terra e à iniciativa de alguns montefrienses que exerciam a sua actividade profissional em Lisboa, cujos nomes nunca é por demais enaltecer e homenagear. Foram eles: António Peres, José Domingos, Ernesto Pedro, José Dionísio da Cruz, Adelino Francisco, José Augusto e Júlio Nunes.
Os estatutos da CMMF foram aprovados pelo Governador Civil de Lisboa, em 17 de Dezembro de 1947. A primeira quota foi fixada em 5$00 (cinco escudos) por mês e o primeiro sócio benemérito, nos termos dos estatutos, foi José Augusto que, naquela altura, doou à Comissão de Melhoramentos 500$00 (quinhentos escudos). A primeira obra efectuada pela Comissão de Melhoramentos foi a construção do tanque (lavadouro público) na Fonte da Barroca, inaugurada em Agosto de 1949, ainda hoje um ex-libris da povoação pela excelência da sua água puríssima. No entanto, antes da fundação da Comissão de Melhoramentos já o povo de Monte Frio beneficiava de obras de fundamental importância para o seu futuro, mercê da dinâmica e iniciativa dessa figura imorredoura que foi Francisco Peres. A ele se ficou a dever: a construção da escola primária (entretanto já desaparecida); da estrada Cerdeira - Monte Frio (troço da actual EN 344), que teve continuação para o Formarigo (Relva Velha) e, mais tarde, para o Porto da Balsa; a construção do cemitério do Monte Frio (situado na Feiteirinha) inaugurado em 1940, data a partir da qual terminou o suplicio de carregar os nossos defuntos (a pé, por montes e vales) até ao cemitério da freguesia, na Benfeita. Foi também a larga visão de Francisco Peres, virada para o futuro, que conseguiu a ligação rodoviária com os Caminhos de Ferro, através de uma carreira diária entre Monte Frio e Santa Comba Dão – em autocarro da empresa de Vila Nova de Oliveirinha, conduzido nos primórdios pelo inesquecível e mítico motorista Senhor Veiga, que teve continuidade nos nossos conterrâneos, António Guilherme Afonso (Alvoco), Arlindo da Costa, Amândio Henriques e Américo Fernandes. Era o serviço combinado com a CP, uma regalia considerável para todos os povos das aldeias serranas que, assim, usufruíam de um transporte mais cómodo e mais rápido para chegar ao comboio para Lisboa. Esta carreira, por falta de utentes suficientes para manter a sua subsistência, deixou de operar por volta de 2002, colocando ponto final num serviço utilitário que durou mais de meio século. Já são mais de seis décadas de vida da Comissão de Melhoramentos de Monte Frio, que se pautaram pelo enorme interesse, entusiasmo e muita dedicação dos seus corpos gerentes. Todavia, em boa verdade, foram os primeiros 35 anos que mais vincaram a concretização dos objectivos essenciais à resolução das reais carências então existentes. Foi durante esse período (década de cinquenta) que os telefones chegaram à nossa aldeia (para Francisco Peres, D. Assunção Peres e Manuel Henriques Júnior); que se cobriram alguns barrocos que atravessavam a povoação, contribuindo, assim, para uma melhor qualidade de vida; e que foram calcetadas as ruas principais, melhoramento este que, naquela época (nos anos sessenta), provocou grande admiração e aplauso, também dos povos vizinhos. Em 1960 foi inaugurado um novo lavadouro público, em belo edifício de pedra milheira. E, após um grande esforço colectivo chegou, finalmente, a electrificação do Monte Frio, cuja inauguração, em 1968, mereceu a presença das entidades oficiais. Por esta altura, a povoação do Monte Frio seguia na vanguarda, era considerada uma aldeia moderna, progressiva e invejável. Também de inegável interesse foi a captação de águas e a construção de diversos fontanários (sete) distribuídos pela povoação, bem como, posteriormente, a sua distribuição domiciliária. Este melhoramento tem sido objecto de benefícios, ao longo dos anos, com vista à obtenção de maior caudal, que satisfaça as necessidades dos residentes e, especialmente, dos veraneantes que durante o mês de Agosto não esquecem as suas raízes e se deslocam em grande número para, na festa anual, prestarem homenagem ao padroeiro da terra, Milagroso Bom Jesus e à Nossa Senhora da Boa Viagem. Todos os melhoramentos citados pelo seu elevado custo, mesmo a preços de então necessitaram de subscrições diversas em que os montefrienses residentes muito contribuíram, uns com dinheiro, outros com dias de trabalho, outros, ainda, colocando ao dispor da obra os meios de transporte para fazer chegar à aldeia os materiais de construção necessários. Depois de um período de algum marasmo, voltaram os melhoramentos. A compra de uma casa no Outeiro motivou a construção da Casa de Convívio (1999) que a todos orgulha e, logo depois (2001), a construção de um Centro de Dia, onde os nossos idosos podem usufruir das refeições e do convívio, proporcionados pela Assistência Social da freguesia de Benfeita. Projectos para o futuro existem. Vontade para os concretizar também. E a Comissão de Melhoramentos está dinâmica e actuante na construção de um amplo Salão Social e uma Zona de Lazer (esplanada), contíguos à Casa de Convívio, bem como um miradouro, em local privilegiado, no Largo do Outeiro. A criação de um espaço polidesportivo e zona de lazer, no recinto da antiga Escola Primária é também um projecto em vias de concretização. Foram plantadas vinte e cinco árvores em redor do espaço, o campo de futebol já está operacional, tendo sido utilizado no período de férias. O Monte Frio continua na ‘crista da onda’, cada vez mais apetecível para se passar uns tempos tranquilamente, desfrutando do ar puro, da água cristalina da Barroca e de uma paisagem serrana incomparável e altaneira, onde se pode observar o pôr-do-sol mais bonito. |
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