O Monte Frio está cada vez mais bonito e valorizado. Depois da inauguração do amplo e vistoso Salão Social da CMMF, também a esplanada contígua ficou concluída. Falta apenas ajardinar o recinto e colocar a iluminação (três candeeiros) para que possamos usufruir duma belíssima zona de lazer. Esta obra é mais um motivo de orgulho para todos os montefrienses, a quem se apela, mais uma vez, para a generosidade dos seus donativos e assim ajudar a Comissão a pagar a obra.
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Monte Frio através da Comarca – III Hoje apresentamos o relato duma festa de arromba, que teve como mordomos os senhores Albino Marques Sapateiro e António Nunes Lopes no longínquo Agosto de 1919. A inauguração da Capela da Nossa Sra da Boa Viagem no Largo do Outeiro foi o ponto alto das festividades, que contou ainda com os habituais foguetes, a venda de ofertas e as vistosas procissões, que culminaram com a benção da nova Capela e de uma escultura da Nossa Sra da Boa Viagem, que os mordomos fizeram questão de adquirir. A Filarmónica Flor do Alva, de Vila Cova, abrilhantou a festa com várias músicas do seu repertório e, a pedido do povo, acabou por prolongar a sua actuação e pernoitar no Monte Frio para voltar a actuar no dia seguinte. Refira-se, a título de curiosidade, que a Filarmónica de Vila Cova foi criada no ano anterior (Abril de 1918) e a última vez que esteve connosco foi em 2004. G.C. Transcrição: Monte Frio (Bemfeita), 8 . - Devido à iniciativa e denodados esforços dos mordomos, os nossos amigos srs. Albino Marques Sapateiro e António Nunes Lopes, revestiu desusado brilhantismo a festividade que nos dias 5, 6 e 7 se realisou, nesta povoação, em honra do Bom Jesus e de Nossa Senhora da Boa Viagem. Seriam 18 horas do dia 5 quando foi anunciada, por uma girândola de foguetes e morteiros, a chegada da filarmonica «Flôr do Alva», de Vila Cova, que, em seguida, percorreu as ruas da povoação. À noite houve Arraial no adro da capela da Senhora da Boa Viagem, recentemente construida no bairro denominado a Solheira, por iniciativa dos mordomos e com o consenso de quasi toda a povoação, tocando a filarmonica num corêto que ali havia sido improvisado, com arte e gosto artistico, varias peças do seu selecto e mimoso reportorio. No dia 6 eram 10 horas quando começou a missa cantada a grande instrumental, sendo celebrante o rev. paroco desta freguesia, sr. padre Antonio Quaresma, que préviamente havia procedido também à benção solene duma bela escultura de Nossa Senhora da Boa Viagem, ultimamente adquirida pelos mordomos para a sua nova capela. Terminada a missa organisou-se uma vistosa procissão, conduzindo as imagens do Bom Jesus e Nossa Senhora da Boa Viagem, em que se incorporaram 25 meninos lindamente vestidos e que conduziam outras tantas ricas ofertas, alguns anjos mimosamente vestidos e muito povo, procissão que percorreu as ruas principaes da povoação, tocando durante o trajecto a «Flôr do Alva» algumas marchas graves que muito agradaram. À tarde procedeu-se, no adro da nossa nova capela, à arrematação das ofertas, algumas das quais foram corajosamente disputadas, tocando nos intervalos a filarmonica, sob a hábil maestria do nosso amigo Antonio Alves, de Anceris, algumas peças de harmonia que surpreenderam toda a gente pela impecável correcção com que foram executadas. Duma filarmonica que se organisou há pouco mais de um ano não se pode exigir mais nem melhor, sendo tambem para admirar a disciplina e boa harmonia que reinava em toda a corporação. Quando terminou a arrematação das ofertas era quasi noite, e, por isso, a filarmonica preparava se para sair por ter terminado o seu contracto, mas os mordomos e outras pessoas pediram lhe para ficar para o dia seguinte, ao que os rapazes, sempre desejosos de fazer a vontade a este bom povo, acederam de bom grado, tocando ainda durante uma grande parte da noite, no corêto, apesar de se encontrarem bastante fatigados. No dia 7, às 8 horas da manhã, organisou-se novamente a procissão, conduzindo as imagens da capela do Bom Jesus para a de Nossa Senhora da Boa Viagem procedendo se em seguida à benção desta capela. Durante a cerimonia tocou a filarmonica alguns trechos de musica adequados ao acto, seguindo-se-lhe a missa na nova capela. E assim terminou esta impressionante festa que tão gratas recordações nos deixou, sendo para louvar a cordura e o respeito com que correram todos os actos religiosos, dando assim mais uma vez este bom povo uma prova cabal da sua boa educação e dos seus sentimentos religiosos. Honra Ihe seja dada e aos mordomos, que não se pouparam a trabalhos e fadigas para que tudo corresse na melhor ordem. É com sentimentos como os revelados pelo povo do Monte Frio que se dignifica e ilustra um povo. Os mordomos nomeados para o ano de 1919-1920 são os nossos amigos srs. Manuel Nunes e Manuel Joaquim, que decerto irão continuar as honrosas tradições deste bom povo. Além d'outros cavalheiros, de que não nos foi possivel obter os nones, lembra nos ter visto aqui os srs. Luiz Mendes Ferrão, de Vila Cova; José Quaresma de Moura, de Coja; Antonio Francisco Lisboa, da Moura; José Luiz Gonçalves, José Francisco Nunes, Antonio Martins Pinto, José Augusto Martins e Alfredo Martins, da Bemfeita. Única foto conhecida da entretanto desaparecida Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem (viria a ser demolida no final dos anos 30), no Largo do Outeiro Monte Frio, 16 de Julho 1935. Em Site Oficial da Comissão de Melhoramentos de Monte Frio, 1935 – O 1º automóvel a visitar o Monte Frio (Monte Frio através da Comarca – I) (http://www.cmmontefrio.com/1/post/2012/07/1935-o-1-automvel-a-visitar-o-monte-frio.html) Foto: “A Comarca de Arganil” |
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March 2015
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