Neste contexto, o Alberto Simões, porta-voz do grupo, que é natural da povoação de Água D’Alte, convidou-nos, através do Armando Pimenta, para irmos cantar à festa da sua aldeia: «Prepara-te que logo à noite vamos cantar a Água D’Alte. Os rapazes estão lá à nossa espera», avisou o Armando. O meu programa estava um pouco apertado nessa sexta-feira (dia 16), por ter ido participar, como convidado, na inauguração de uma exposição na Pampilhosa da Serra. E logo no dia em que ali atuava o Toni Carreira. Mas o compromisso de ir cantar a Água D’Alte, localidade onde nunca tinha estado, impulsionou-me a nova viagem. Após o jantar, arranjámos uma boa comitiva montefriense, carros cheios, e lá fomos. Com todo o gosto. Na perspetiva de passarmos um bom bocado, chegámos a uma aldeia sem saída, onde pudemos sentir a nostalgia dos bons velhos tempos, de um arraial à moda antiga, com toda a gente a dançar, num largo bem ornamentado, com os enfeites tradicionais. Parece que o tempo chegou ali e parou. Fez-nos lembrar a juventude, quando andávamos de festa em festa, pelas aldeias vizinhas. A um canto, o balcão da quermesse, e mesmo em frente, o pequeno bar, onde os mordomos davam vazão ao pedido das cervejas, águas e bifanas. Ao fundo, o conjunto musical «Trio Clave» tocava num palco térreo. De vez em quando, uma pausa para o anfitrião Alberto entreter o pessoal. Como? Chamava as pessoas das várias aldeias ali presentes e tirava-lhes fotografias em grupo, para o facebook. E, para angariar fundos, fez também um pequeno leilão, prática comum em todas as terras… exceto numa que eu cá sei. Momento marcante da noite, sobretudo pela emoção do pai Alberto Simões, foi quando este apresentou sua filha, jovem acordeonista, para interpretar alguns trechos musicais. E finalmente chegou a hora do desejado fado serrano, com os cantadores do Monte Frio, Armando Pimenta e Vítor Cândido em palco. Tal como o credenciado vocalista Henrique devidamente integrado no espírito. Pudera! Tantos anos a levar com a mística!...
A promessa do Armando Pimenta, de cantar na terra do Alberto, está cumprida. Foi pena ser de noite. Não deu para conhecer a aldeia. E também a Covoa, ali perto, berço natal da querida Fernanda Pimenta e do meu amigo Quarenta e Dez. Fica para a próxima.
Por fim, a despedida da minha primeira vez em Água D’Alte, com o Pedro Bento, o João Biscoito e o Toino Nunes a terem de orientar, no escuro, as manobras de inversão de marcha dos nossos carros, naquela estrada apertada. Foi uma noite especial em Água D’Alte, localidade que eu conhecia apenas de nome, pela letra do ‘vira’ que se dançava antigamente na minha terra: «Ai, adeus Relvas e Teixeira;… Ai, Água D’Alte e Caratão; … ai, lindas moças tem Feijão!...»
O «Trio Clave» nas Luadas
Como é costume durante o mês de Agosto, o «Trio Clave» instalou-se na região para animar várias festas. No sábado (dia 17) esteve nas Luadas, onde acabei por passar alguns momentos, também com minha mulher e minha netinha (esta, com cinco aninhos, já a absorver a mística, a gostar do fado e da musica pimba e do Kuduro, dos bailes).
O Quiosque da Benfeita
Visita obrigatória é à sede de freguesia. E não me refiro apenas aos dias da festa, mas a qualquer outro dia, onde podemos encontrar amigos de infância (ou mais recentes), para trocar conversas ou beber umas minis. Tanto mais agora, que foi inaugurado recentemente um espaçoso e bem apetrechado quiosque da Junta de Freguesia da Benfeita (com música ambiente e televisão, para servir o pessoal na esplanada contígua à ribeira e a uma zona de lazer, composta por recinto desportivo e piscina fluvial. Trata-se de um local aprazível, bem concebido e bastante frequentado nesta altura do ano. O meu amigo Alfredo Martins, presidente da Junta de Freguesia, está de parabéns por ter construído e dinamizado este excelente local, onde as pessoas se sentem bem. Eu sou freguês!...
Falta dizer que também estive presente (com a mulher e a netinha) no arraial da festa da Benfeita. É um local de múltiplos encontros e de gratas recordações. E é muito agradável ouvir o bom som do conjunto musical «GOMAPE».
VC