Cena de uma matança do porco. Por tradição e necessidade, até à decada de 70 do século passado todas as familias residentes em Monte Frio criavam um porco para matar no inverno, cuja carne e respectivos enchidos serviam para o sustento do lar ao longo do ano. O tio António Pereira, do Santo, era exímio matador de porcos. Aqui o vemos, figura central (de faca afiada na mão), após cumprir mais uma matança, supostamente nos terrenos junto ao tanque novo (?). A seu lado a Maria do Céu e o Alfredo Marques. O José Luis da Conceição (ainda a segurar o rabo do animal), o Arménio Martinho e o Albino Moura terão ajudado a agarrar e a segurar o porco.
Foto de Octávio Marques Antigamente, no tempo dos nossos avós, certamente desde os primórdios do século dezanove, era costume os homens juntarem-se na taberna, ponto de encontro no final de mais um dia de trabalho, para conviverem e beberem uns copos. Nessa altura os montefrienses debatiam-se com a dureza da vida agrícola e com as dificuldades tremendas para subsistência de numerosas familias, Todos viviam em harmonia, qual irmandade, sem diferença de classes. Acontece que por vezes, especialmente aos domingos e feriados, o convívio era mais prolongado e, por isso, resolviam organizar uma patuscada para todo o pessoal. Enquanto uns iam buscar lenha para acender uma fogueira no largo, outros iam às hortas buscar couves e batatas, enquanto outros iam de porta em porta pedir uma chouriça ou ovos para complementar a ementa. Todos colaboravam nesta iniciativa tão apreciada e, depois da volta à povoação, lá chegavam com uma vara cheia de chouriças penduradas e um cesto repleto de ovos. Entretanto, ao lume, já estava uma enorme panela de tripé, com água da fonte, pronta para receber todos aqueles ingredientes, para uma refeição de grande categoria. Em ambiente familiar, todos comiam e bebiam, numa confraternização exemplar. Eram tempos de grande amizade e solidariedade. O Luciano Nunes (hoje com 86 anos) conta que certo dia, era ele um miúdo, com 7/8 anos, andava por ali perto, junto com outras crianças da sua geração, pé descalço e barriga a dar horas. A expectativa de ser contemplado com uma boa refeição confirmou-se, quando o senhor José Martins Morgado sentenciou: «Primeiro vamos tratar destes miúdos, que vão ser os homens do amanhã no Monte Frio». Só depois dos miúdos é que dividiram a comida pelos homens. Era a mística ali retratada, que o Luciano nunca mais esqueceu. Estas duas fotos mostram-nos talvez uma das últimas iniciativas deste género feita no Monte Frio. O Guilherme Henriques e o Amândio Henriques andam de porta em porta, com a vara das chouriças, enquanto o António Moura (engravatado) segura o cesto dos ovos. Nas imagens reconhecem-se a Maria do Céu (a dar a chouriça), as meninas Ana Maria e Carla Marques e a Tininha Cruz. Na janela a mãe do Fernando Marques e a cunhada.
Fotos de Octávio Marques, Monte Frio, anos 70 (73 ou 74) Respondendo ao apelo no Site da CMMF a todos os Montefrienses no sentido de nos enviarem fotos ou outro material que nos ajude a ilustrar a nossa história, a Carla com a preciosa ajuda do Nando enviou-nos estas fotos de Octávio Marques sobre uma Procissão no Monte Frio. Sendo que a maior dificuldade será sempre atribuir o ano específico destas fotos. Pensamos que será seguro situá-las no principio da década de 60 (provavelmente 1963), ou seja, há aproximadamente meio século.
A todos os que têm enviado as suas fotos antigas e recordações, para a nossa galeria, o nosso muito obrigado. Aos poucos vamos cobrindo um vasto número de anos da nossa história com imagens. Esperamos que este seja o impulso para que mais e mais Montefrienses vasculhem as arcas à procura destas preciosidades, para assim recordarmos a beleza da nossa terra e os nossos familiares queridos. Um agradecimento especial à Carla e Nando que para além destas enviaram várias outras que oportunamente exibiremos. Juventude a caminho da fraga Com a chegada das férias de verão qualquer g70 (jovem montefriense nascido na década de 1970) que se prezasse rumava religiosamente até ao Monte Frio. Pena não existir (caso exista por favor divulguem) fotos a documentar a viagem Lisboa Monte - Frio de carro nos anos 80's, no entanto, o mês de Agosto era sempre o "special one" pois significava diversão e momentos únicos na vida de um teen-ager inconsciente. Dentro desse espírito G70 tínhamos as incursões à Fraga da Pena com passagem obrigatória pelos Pardieiros. Bem... obrigatória não! Por vezes esses bravos jovens Gauleses perdão... Montefrienses, aventuravam-se por caminhos por desbravar pela Mata da Margaraça. Por entre mato e silvas nunca antes atravessadas esses valentes e nobres "conquistadores" seguiam rumo à Fraga para irem a banhos num dos locais "mai lindo" de Portugal. Acontece que por vezes por questões de orientação geográfica e, por alterações não previstas da Natureza, os G70's deparavam-se com problemas e dificuldades no caminho, a saber: desconhecimento dos trilhos, arranhões das silvas, quedas e as habituais nódoas negras nas pernas. Bom... nada que não se resolvesse! Esses aventureiros destemidos, habituados a enfrentar o medo com um sorriso nos lábios, arranhões e esfoladelas nas pernas acabariam sempre por alcançar a paradisíaca Fraga da Pena. Se podia ser diferente… claro que sim! Mas… mas depois não teríamos cicatrizes de “guerra” certo João, Pedro, Tiago, Filipe, Nuno e Gil? JCP Hoje trazemos de volta à memória o filme Português que fez sucesso em 2008: "Aquele Querido Mês de Agosto", de Miguel Gomes (recentemente galardoado com 2 prémios no Festival de Cinema de Berlim pelo seu 3º filme “Tabu”) . Uma película gravada nas aldeias da nossa Serra (Açor) e que contou com a participação especial de alguns Montefrienses, com destaque para o nosso amigo Armando Pimenta Nunes ("o Armando do Monte Frio" como se ouve numa das cenas), que interpretou a personagem "Gomes" no Filme. Sinopse: No coração de Portugal, serrano, o mês de Agosto multiplica os populares e as actividades. Regressam à terra, lançam foguetes, controlam fogos, cantam karaoke, atiram-se da ponte, caçam javalis, bebem cerveja, fazem filhos. Se o realizador e a equipa do filme tivessem ido directamente ao assunto, resistindo aos bailaricos, reduzir-se-ia a sinopse: «Aquele Querido Mês de Agosto acompanha as relações sentimentais entre pai, filha e o primo desta, músicos numa banda de baile». Amor e música, portanto. Mais informações no site da produtora: O Som e a Fúria. Em maio de 2009, o Armando voltaria à carga ao entrar-nos pela casa a dentro, via SIC na 14ª Gala dos Globos de Ouro SIC/ Caras, com subida ao palco e tudo, quando o filme foi galardoado com o Globo de Ouro de Melhor Filme 2008. (Ver mais abaixo: “Monte Frio: E o «Globo de Oiro» vai para... o nosso Armando Pimenta” Artigo publicado na imprensa regional em Junho de 2009) De referir que Realizador Miguel Gomes, o Produtor Luís Urbano e equipa de filmagem honraram-nos com a sua presença no Almoço comemorativo do 61º Aniversário da CMMF que decorreu no Salão Social da CMMF no sábado 9 de Agosto de 2008. (Ver mais abaixo: “Monte Frio: Meu querido mês de Agosto” Artigo publicado na imprensa regional em Outubro de 2008) A todos eles o nosso obrigado. Obrigado Armando! E o «Globo de Oiro» vai para ... (Artigo publicado na Comarca de Arganil em Junho de 2009)4/18/2012 E o «Globo de Oiro» vai para ... O nosso Armando Pimenta
O já famoso filme «Aquele querido mês de Agosto», que foi rodado em várias localidades da nossa região, foi contemplado com o prémio «Globo de Oiro», para distinguir o melhor filme português do ano. É caso para se dizer: só faltava mais esta! Isto porque, desde que se estreou, no verão passado (antestreia em Agosto, na esplanada da Benfeita), sem grandes promoções, sem mediatismo espalhafatoso, esta obra cinematográfica de Miguel Gomes nunca mais parou de se evidenciar e de surpreender. Foi escolhida para participar no festival de Cannes, onde registou significativos elogios. Depois foi seleccionada para os «Óscares», de Hollywood, seguiu-se, em Abril, a conquista de um prémio num certame mexicano e agora, vejam bem, venceu o «Globo de Oiro», contra todas as expectativas (bastou ver o semblante, carregado pela desilusão, do staff do filme «Amália», esse, sim, era o concorrente favorito). Um triunfo valoroso para o currículo de um jovem realizador (Miguel Gomes, com raízes em Anseriz) e de um elenco exclusivamente amador, onde pontifica, destacadamente, o nosso conterrâneo Armando Pimenta. A cerimónia da Gala, com transmissão directa pela SIC, decorreu no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Ali se juntou toda a classe artística e a society, um corredor da fama, uma mostra de vaidades, tão peculiar em eventos desta natureza. A verdade é que ganhou o nosso filme e foi o nosso artista, o Armando Pimenta (Rei do Karaoke), quem se destacou, qual grande vedeta, subiu ao palco, com os restantes actores e, enquanto se procedia aos habituais agradecimentos e dedicações, ali se manteve, sempre sorridente, feliz da vida... e com tanto tempo de antena, para gáudio da malta amiga que surpreendida, exclamava... «aquele é o Armando! Olha o Pimenta!» Este prémio é um orgulho para o Monte Frio porque, afinal, sempre existe alguma afinidade com esta película, uma vez que, para além do Armando Pimenta, que é um dos protagonistas, talvez o mais carismático do filme, outros três elementos participaram nas filmagens realizadas em Côja: o Arlindo Costa, a Belmira Gonçalves e o Vítor Cândido são figuras preponderantes na cena da desgarrada, na adega. Como é, também, o nosso grande amigo Brasilio (do Pai das Donas), o melhor acordeonista do mundo (nas fantásticas arruadas da nossa terra), que é um dos nossos desde há mais de quarenta anos. O Monte Frio «terra bela» sempre na crista da onda, tal como o Armando Pimenta, estão de parabéns, pelo nível artístico evidenciado mais uma vez, agora no consagrado filme «Aquele Querido mês de Agosto». V. C. Grupo de Montefrienses em passeio, com cerca de duas dezenas de viaturas que partiram do Monte Frio rumo ao Santuário de Nossa Senhora das Preces, Vale da Maceira, no dia 15 de Agosto (feriado de Assunção de Nossa Senhora) com regresso pela Benfeita e paragem no Santuário de Nossa Senhora das Necessidades.
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March 2015
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